sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Que venha a Cultura da Alergia Alimentar


Queria compartilhar uma publicação traduzida pela amiga Viviane Lunardelli, a qual foi divulgada no Site da Immunitas Vera, Associação de alérgicos a  alimentos e ao látex da Catalunha, uma entidade privada sem fins lucrativos, criada com o propósito de melhorar a qualidade de vida dos alérgicos e suas famílias. Nasceu da iniciativa de um grupo de pais de crianças alérgicas alimentares com a ajuda do Dr. Jaume Miguel i Sales, pediatra.

Se compararmos, podemos verificar que muitas das dificuldades encontradas aí, também vivenciamos nas várias cidades brasileiras, sem falar que fora das capitais estaduais essas dificuldades só se intensificam. 

Sendo assim, reforçamos o mesmo coro catalão, com nossas vozes de vários sotaques, do sul ao norte do Brasil, para alertar as entidades e a sociedade, que essa "cultura da alergia" parece ser um sintoma moderno dos tempos atuais, um fenômeno de mutação da nova população mundial, e precisa finalmente ser considerado por todos.

A seguir, "Que Venha a Cultura da Alergia Alimentar"
Por Immunitas Veras
Tradução de Viviane Lunardelli


Crianças cozinhando sem alergênicos
Imagem Immunitas Vera

Ninguém pode negar este dado: a alergia se estende e o que nos preocupa é que a alergia alimentar duplicou nos últimos 10 anos. É o que diz a comunidade cientifica. E são os mesmos que na semana mundial da alergia de 2013, definiram a alergia como “um problema de saúde mundial”.

E não dizemos isso para criar um alarmismo inútil (em algum momento, isso pode até ter sido a estratégia de algumas organizações), mas para indicar que logo teremos uma cultura de alergia, que fará com que não nos sintamos tantas vezes como marcianos explicando o que nos acontece.

Os fabricantes de produtos alimentícios estão incorporando as alergias e as intolerâncias em seus processos de fabricação para fazerem alimentos seguros (com preços razoáveis) e em troca deste esforço obtém nossa fidelização.

Degustação de produtos seguros-V Jornada Inmunitas Vera
Imagem Immunitas Vera

Na “atenção sanitária” o aumento da cultura da alergia melhorou muitíssimo, sobretudo no momento do diagnóstico e na atenção primaria ou de urgências. Fato já comprovado pelas famílias “veteranas”. Além disso, a expectativa de novos tratamentos está aberta a resultados que animam o nosso dia a dia.

No âmbito educacional, a implantação de protocolos, difusão de guias de orientação, a informação, etc. faz que cada dia, nos cheguem menos queixas sobre casos de escolarização “discriminatória”, ao contrário, são as próprias escolas que solicitam informação e formação sobre alergia a alimentos e a látex no âmbito escolar.

Com relação às atividades econômicas e de lazer, restaurantes, serviços, viagens, etc. cada dia mais existem empresas que buscam oferecer um valor agregado às suas atividades ou produtos.

Enquanto aos direitos sociais, estamos em uma situação global, que no momento não se pode pensar em perder atenção sanitária gratuita, pois a alergia é cara.

O auto injetável na V Jornada Inmunitas Vera
Imagem Immunitas Vera


Apesar de que a prevalência de alergia a alimentos aumenta e a cultura da alergia se estende, como coletivo, devemos estar organizados e unidos. Por quê? Porque devemos estar presentes ainda em muitos aspectos desta nova cultura da alergia. Entre outras muitas coisas, devemos trabalhar por:
  • Eliminar os rótulos defensivos*: existe ou não existe o alimento que devemos evitar?
  • Conseguir cardápios hospitalares adaptados;
  • Acabar com histórico déficit de especialistas;
  • Formar e informar os profissionais mais relacionados conosco: Professores, nutricionistas, farmacêuticos, etc;


Está por vir a nova cultura da alergia e nós devemos estar presentes.  


*Entendemos por "rótulos defensivos" a opção que algumas empresas fazem em registrar "pode conter traços" para se resguardarem da culpa por eventuais reações alérgicas e consequentes ações judiciais.

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