Oi amigos
Há cerca de quatro dias, iniciou-se um movimento em prol de uma melhor
rotulagem de industrializados, com a tag #poenorotulo. O intuito realmente é
chamar a atenção, primeiramente da sociedade, quem sabe da mídia, para enfim alcançar as empresas.
Explicando brevemente as origens do Põe no Rótulo, vou transcrever aqui a própria apresentação da fanpage do Facebook:
"Somos um grupo de mães! Em comum, a alergia alimentar de nossos filhos. Nos mobilizamos por informações claras nos rótulos dos alimentos!"
O que acontece é o
seguinte: A Indústria de alimentos no Brasil já é obrigada a rotular todos os ingredientes
utilizados deixando isso expresso na embalagem de cada produto, bem como o
período que aquele produto é adequado ao consumo.
Os celíacos, bem organizados e associados,
conquistaram ainda a obrigatoriedade de mais uma informação: "Contém
Glúten".
São medidas que tentam assegurar e proteger a saúde da população
consumidora.
O fato é que para alérgicos alimentares, não apenas isso basta. É preciso que
se conheça a metodologia desse processo de produção. Porque? Exemplo fácil:
Determinada empresa produz um biscoito que não tem leite. Estão lá, todos os ingredientes no rótulo, a mãe lê e julga "que maravilha, meu filho poderá comer este". E o que ocorre depois disso? A criança come aquele produto e, conforme o tipo e grau de alergia que ela tem, a reação acontece, em segundos ou até alguns dias depois. E você se pergunta novamente: Porque? Os ingredientes estavam rotulados errados? A criança é alérgica a outro alimento e não sabia? Resposta: Pode até ser, mas na GRANDE MAIORIA dos casos, essa reação se deve aos TRAÇOS ali contidos.
Não sabe o que é traços? Vou te contar o resto da história, e você vai saber,
da mesma forma que algumas de nós passa a conhecer o que são esses tais
famigerados "traços"...
A mãe da criança, depois de medicá-la, depois da reação cessar, liga para a empresa. A telefonista, que não compreende bulhufas sobre alergia, reação, traço, processo NADA, não faz mais do que repetir a frase que lhe ensinaram "leia no rótulo, está tudo lá" ou "pergunte ao seu médico, ele que sabe o que seu filho pode comer"... A mãe então, insiste e pede para falar com o engenheiro de alimentos ou gerente de seja lá o que houver, e sabem o que ela descobre? Que aquele produto, apesar de não ter Leite na sua composição, é feito na mesma máquina onde processou um outro produto, e este sim, levava LEITE. E ele ainda acrescenta: "Mas o maquinário é HIGIENIZADO todos os dias, antes que se inicie um novo produto".
E é assim meus amigos, que a mãe descobre "na prática" o que são os traços e o poder que eles tem. Sabem do que mais? Essa proteína é traiçoeira e um tanto inquieta... ela
persiste a lavagens, conforme a porosidade da superfície, ela se esconde nas
rugosidades, e ela viaja no ar! É pouco, muito pouco! Mas é o suficiente para
desencadear uma reação numa criança mais sensível.
Meu filho de 5 anos, por exemplo, não reage mais aos traços. Mas até 2
anos de idade, ele era sim essa criança super sensível, como o são a maioria
dos alérgicos mais novos ou de maior severidade. Essa imunidade eles vão adquirindo
com os anos, e esses "furos" de reações provocadas por alimentos com
traços, talvez possa prejudicar, além de tudo, esta evolução. Mas o que
importa, é que causam reação SIM, e que toda mãe tem o direito SIM de saber os
ingredientes, saber o processamento, e ter acesso a um Serviço de Atendimento
EFICAZ ao consumidor alérgico alimentar.
O que esse grupo de mães iniciou afinal, e que muitas outras estão contribuindo, é um apelo para que as empresas entendam, antes mesmo que seja transformado em lei, que VALE À PENA rotular traços dos alérgenos mais perigosos como leite, ovos, soja, crustáceos, castanhas e amêndoas etc.
Talvez, com esse movimento, muitas empresas achem mais fácil decidir assim: "Vamos lascar um 'contém traços de tudo', e acabou-se a história, estaremos livres dessa 'ruma' de mãe". Acho possível sim, e já vi isso acontecer algumas vezes. Mas precisamos dar as mãos "de vera" com essas empresas, trazê-las pra nós como amigas, abrindo guerra, não com elas, mas com a força do dinheiro. Precisamos fazê-las compreender que VALE À PENA SIM, adequar espaços diferenciados para cada item alimentar. Se determinado produto leva amendoim, isola este produto num ambiente próprio, com maquinário próprio...só isso... e capacitar funcionários, estabelecer condutas de eliminar riscos, e enfim, pôr com dignidade e veracidade, um "contém" ou um "não contém" traços.
Vamos juntos, que a gente consegue.
#poenorotulo
Vamos juntos, que a gente consegue.
#poenorotulo
(Imagens retiradas do facebook e compartilhadas no mesmo)
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