segunda-feira, 24 de março de 2014

Socorro, minha filha não gosta de comer!

Tarde de domingo, 13:30, hora que ainda estava digerindo a angústia de mais uma investida fracassada, e apesar disso, me atrever a escrever sobre algo que não faço a MENOR ideia: Nutrição Infantil.

Sei que existe um programa na TV sobre esse problema , mas eu não assisto TV... Faz 5 anos que ver televisão deixou de ser comum, e dois que tornou-se impossível (com exceção de programas do discovery kids, nick junior, disney) Também encontrei páginas na internet que abordam o tema, e associando isso tudo às minhas poucas conversas com Nutricionistas posso dizer que conheço as principais teorias:
  •  "não ceda, seja forte, determinada: na hora do almoço, se a criança não quiser comer, não ofereça a mamadeira, espere a fome bater";
  • "a criança não vai morrer de fome por um dia sem comer";
  • "não obrigue a criança a comer, não torne esse momento algo ruim que a traumatize";
  • "Ofereça todas as opções mesmo que recusadas, seu papel é oferecer"; e ainda
  • "Toda criança tem uma necessidade diferente, ela conhece as necessidades do próprio organismo"; e
  • "Respeite os gostos pessoais da sua criança".

Quem me entende realmente, também já leu ou ouviu todas essas teorias e sabem que elas não valem absolutamente NADA quando se tem uma filha que nem a minha, que simplesmente NÃO GOSTA de comer.

Já usei de tantos artifícios, já tentei fazer comida saudável em forma de batata frita, mas sabe o que aconteceu? Ela deixou de gostar de batata frita, de tanto comer minhas invenções achando que era a batata... Aliás essa é uma dica pra quem tem filho inocente (ainda) que ama essa fritura e quer fazê-lo deixar de gostar.

Já refiz na minha cabeça, onde eu poderia ter errado, em qual momento fiz diferente com meu primogênito. Minha filha mamou até os 14 meses de vida, e gostava demais de peito, nem sequer aceitava mamadeira, só peito... comia mal suas primeiras papinhas, acho que por conta do refluxo oculto... Não consegui oferecer sólidos sem processar como a pediatra recomendava, até mesmo quando amassado no garfo, ainda assim ela tinha ansia de vômito... A única coisa que posso dizer que ela aceitou muito bem, foi o leite materno, e posteriormente as mamadeiras de leite em fórmula.  Até mesmo o leite de vaca integral ela tomava que era uma maravilha. 

Já ouvi coisas como "criança que mama muito tempo geralmente é difícil de comer" e sem entrar no mérito se essa afirmação procede ou não, como poderia ter sido diferente aqui em casa? Ela precisava da amamentação, era uma potencial herdeira de alergia alimentar... talvez eu tenha perdido o momento correto de oferecer alimentos diferentes, talvez, talvez...

Mas o fato é que não posso mais voltar no tempo e fazer diferente, mas preciso solucionar essa questão que, pra mim, hoje é mais importante do que debater sobre o plano de ações de mobilidade urbana da cidade. 

Então amigos, saí um pouco do facebook, e vim pra cá, desabafar no Blog, pra não ter que cometer o mico de escrever no meu perfil  "a vida não tá fácil, quero abrir a janela e mandar todo mundo pra'quele canto"... Porque é essa a vontade que dá, quando as pessoas não entendem o problema que você vive, ou quando as pessoas vêem outros problemas como bem maiores que o nosso, simplesmente por  não terem um pequeno problema IGUAL ao nosso pra chamar de grande.


Mesmo assim, resolvi tentar uma vez mais, usando o artifício de decorar os pratos com minhas escassas opções...vocês não verão a cor verde, é verdade! Mas no dia que eu conseguir que ela coma ao menos essas opções que ela já gostou por alguns dias na vida dela, prometo que acrescendo o verde. Meu medo é colocar, e ela repugnar assim que bater o olho, e recusar também todo o resto, como já aconteceu antes.

Não reparem no amadorismo da decoração, por favor! Mas a tentativa foi feita com carinho e muita esperança...




O almoço do sábado foi médio vitorioso....comeu o frango completamente, umas duas colheradas de arroz e umas duas de feijão...

No dia seguinte, as opções não mudaram muito mas como li também "que você sempre tem que colocar legumes no prato, mesmo que eles não comam", coloquei novamente a cenoura, mas acrescentei batata doce...

Tentei apresentações diferentes para esses legumes...um dia ralado, outro em palito, outro em rodela...Fico conversando com ela, perguntando e respondendo o nome de cada alimento, a cor, o formato, e noto que ela se diverte, interage...

Mas o jantar do sábado e o almoço do domingo foi um fracasso total e o jantar do domingo, comeu apenas a carne.

Minha angústia só aumenta com os palpites dos parentes. Minha mãe, tadinha, adoece a todo prato recusado, e me implora que eu dê uma mamadeira de leite, ou bata toda comida novamente no mixer e eu "estressadamente" teimo em resistir...retroceder? Pôr em risco a vitória de ter saído dos processados? Fico sem forças às vezes, confesso. E volta e meia tenho um sobressalto tentando me lembrar qual médico deveria ter marcado consulta, qual remédio esqueci o horário, enfim... tem uma frase meio clichê que reproduz a mais absoluta verdade: "adoeça eu, mas não adoeça um filho meu". E preciso descobrir, enfim, que raio de alimento pode ainda está provocando essa inapetência passados quase 3 meses sem leite de vaca (lembrando que continua em dieta de soja e ovo).

Pra quem tem filho menos complicado que a minha caçula, recomendo essa batata doce grelhada... fica gostosinha, fácil de fazer, saudável também...



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